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Equipe SeABD

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Inaugurada biblioteca monumental na China

Prédio inaugurado esta semana tem 80 mil metros quadrados, disponibilidade parareceber 2.900 leitores e capacidade para 12 milhões de livros; obra custou R$350 milhõesUma longo retângulo suspenso de 120 metros de comprimento em aço escovado evidro é a marca do novo prédio da Biblioteca Nacional da China [veja foto aolado]. Inaugurado nesta semana, o anexo que custou o equivalente a R$ 350milhões demonstra que obras de impacto continuam a mudar a paisagem mesmo apósa Olimpíada.A Biblioteca virou a terceira maior do mundo com a nova construção. O antigoprédio, que não pode sofrer reformas por ser patrimônio nacional, guarda ostesouros da instituição e só pode receber visitas de acadêmicos epesquisadores.O anexo é para o público geral -e feito para impressionar. Com 80 mil metrosquadrados, tem 2.900 assentos, 460 computadores e oferece acesso à internet semfio (wi-fi).Os usuários podem usar leitores de livros digitais em palmtops para acessar osmais de 200 mil gigabytes de arquivo digital da instituição.O teto do retângulo que abriga a Biblioteca Digital é de vidro, o que permite ouso de luz natural na maior parte do tempo. A base do prédio é em pedra -mas orevestimento interno da principal sala de leitura, de três andares, é demadeira, como nas antigas bibliotecas.O escritório de arquitetura alemão Engel e Zimmermann, que desenhou a obra apósvencer um concurso internacional, projetou um prédio para 12 milhões de livros,ainda que a biblioteca tenha sido aberta com 600 mil. "A obra tem a capacidadepara o crescimento da biblioteca nas próximas três décadas", diz obibliotecário-chefe, Zhan Furui.Literatura controladaNo último andar, que possui centenas de jornais e revistas para consulta, não háuma única publicação estrangeira. Também não há nenhum livro em inglês na nova
biblioteca."Os livros em inglês ficam no velho prédio, onde o acesso é restrito. Aqui, sóem chinês", diz o bibliotecário Li Bin. Apesar da modernidade, a novabiblioteca mantém a política de controle de informação cara ao PartidoComunista.São raros os locais de Pequim onde se encontram revistas estrangeiras. Quando háalguma reportagem crítica à China, os exemplares são recolhidos.Encomendas feitas à Amazon podem levar meses. Os pacotes são abertos pelocorreio, que apreende livros sensíveis. A censura proíbe livros que falem sobrea repressão na Praça da Paz Celestial ou no Tibete, sobre a seita Falun Gong ousobre direitos humanos.Livros que tratem de sexo e erotismo são proibidos e chamados de "poluiçãoespiritual". São os casos de obras que narram as aventuras sexuais de jovenschinesas, como "Shanghai Baby", "Beijing Doll" ou "Candy", e que virarambest-sellers no exterior.No ano passado, a autora Zhang Yihe liderou uma campanha pela internet, semsucesso, pelo fim à censura. Seus três livros, que contam o drama dos chinesesdurante a Revolução Cultural, são proibidos no país.O Escritório Geral de Imprensa e Publicações é responsável pela censura. A saídaé a produção e distribuição clandestina de livros - estima-se que 60% dos livrosque circulam na China sejam piratas. Calcula-se que haja cerca de 4.000 editorasclandestinas.

Fonte: Por Raul Juste Lores, de Pequim.
Folha de São Paulo, 18/09/2008

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